Mesmo em meio a colidências paternais bélico-conflitantes situações caseiras, ver o pai da gente abatido é algo um tanto chato e desagradável.
Estava eu em guerra com os métodos ineficientes e pseudo-modernistas do meu pai, semana passada, como de praxe, resolvi sair pra espairecer, em meio ao ambiente festeiro que essa época do ano, graças às inúmeras festas juninas (e julinas) proporcionam. Recebo um telefonema. Minha mãe, com uma voz meio receiosa, me diria ali, à 1 da madrugada que partiriam para o Rio de Janeiro pela manhã, pois meu pai acabara de perder uma de suas irmãs, que lá viviam. Era domingo. (Ela já vinha doente há tempos, disse ele a mim, em uma de nossas conversas raras. Tinha câncer de colo de útero. Sem reversão. Era uma bomba relógio.)
Me pegara desprevenido, sem reação àquela notícia assaz trágica. Embora eu tivesse puxado pela memória a fim de lembrar/realizar uma imagem, lembrança da tal vítima falal, nada constavam em meus arquivos reminiscentes, além do nome (pseudônimo, apelido, pelo qual era mais conhecida). Enfim, fiquei levemente abatido e preocupado.
Voltando pra casa, instantes depois, adentro meu quarto, que divido com meu irmão mais novo, mas, pra minha supresa, um corpo maior do que o dele se encontrava na cama do dito cujo. Sim, era meu pai, acordado, inquieto, às altas 3 e alguma coisa da madrugada. Se levantou, cabisbaixo, foi ao banheiro. Peguei algo pra morder e me sentei no sofá da sala. Veio ele, se deitou ao meu lado, com os olhos inchados de não-dormir. Me fitou n'aquele lance ímpar, visivelmente sem chão, me fazendo esquecer todas as nossas diferenças e critérios, peculiaridades. Não sabia o que dizer. Nada disse. Mordi umas duas vezes o salgado frio (que nem gosto mais sentia), engolindo mais saliva do que as calorias, me levantei, o abracei forte, beijei-lhe a testa, desejei boa viagem e desabei na cama, de coração cortado e pernas bambas, o amando mais do que o normal, querendo demasiadamente nunca mais surpreendê-lo n'aquela situação. E ali fiquei, tentando entender e incorporar o que ele sentia. Não consegui. Adormeci.
Estava eu em guerra com os métodos ineficientes e pseudo-modernistas do meu pai, semana passada, como de praxe, resolvi sair pra espairecer, em meio ao ambiente festeiro que essa época do ano, graças às inúmeras festas juninas (e julinas) proporcionam. Recebo um telefonema. Minha mãe, com uma voz meio receiosa, me diria ali, à 1 da madrugada que partiriam para o Rio de Janeiro pela manhã, pois meu pai acabara de perder uma de suas irmãs, que lá viviam. Era domingo. (Ela já vinha doente há tempos, disse ele a mim, em uma de nossas conversas raras. Tinha câncer de colo de útero. Sem reversão. Era uma bomba relógio.)
Me pegara desprevenido, sem reação àquela notícia assaz trágica. Embora eu tivesse puxado pela memória a fim de lembrar/realizar uma imagem, lembrança da tal vítima falal, nada constavam em meus arquivos reminiscentes, além do nome (pseudônimo, apelido, pelo qual era mais conhecida). Enfim, fiquei levemente abatido e preocupado.
Voltando pra casa, instantes depois, adentro meu quarto, que divido com meu irmão mais novo, mas, pra minha supresa, um corpo maior do que o dele se encontrava na cama do dito cujo. Sim, era meu pai, acordado, inquieto, às altas 3 e alguma coisa da madrugada. Se levantou, cabisbaixo, foi ao banheiro. Peguei algo pra morder e me sentei no sofá da sala. Veio ele, se deitou ao meu lado, com os olhos inchados de não-dormir. Me fitou n'aquele lance ímpar, visivelmente sem chão, me fazendo esquecer todas as nossas diferenças e critérios, peculiaridades. Não sabia o que dizer. Nada disse. Mordi umas duas vezes o salgado frio (que nem gosto mais sentia), engolindo mais saliva do que as calorias, me levantei, o abracei forte, beijei-lhe a testa, desejei boa viagem e desabei na cama, de coração cortado e pernas bambas, o amando mais do que o normal, querendo demasiadamente nunca mais surpreendê-lo n'aquela situação. E ali fiquei, tentando entender e incorporar o que ele sentia. Não consegui. Adormeci.