domingo, 24 de abril de 2011

Revoar.

voar,
à esmo,
liberta
dançar sobre a fina areia coberta
de sal
de saudade
plantar aqui
o que há de ser
posso até tocar a paz
que, já não mais abstrata
nos abraça
embaraça os teus fios sem ter
medo do poder
e ser, só ser
livre como a brisa
andorinha
sobre o céu
como pintura
uma tela
tinta rara, fina
no retrato, resina
o eterno voar,
à esmo

que liberta.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Entabular

Engano teu
achar que não fazes falta
que a fé na tua volta
insuporta meu querer
ao lado meu
sobrepujavas o "será"
como fio virgem, ah
se rendeu ao sincero "fica aqui"

a ataviar
como se amar
não trouxesse dano
e, se não me engano
já não sou mais disto
já não sou mais meu

e, agora
a certeza da loucura
o olhar que se mistura
despido
cru e atrevido
como a realidade
ah, que fugaz
só canto mais
pois já não sou mais meu